Mensagem do Presidente SPCir

Caros colegas,

Em nome da Direção venho convidar todos para participarem no 46º Congresso da Sociedade Portuguesa de Cirurgia que decorrerá, pela segunda vez, na cidade do Coimbra, nos dias 19 e 20 de março de 2026.
Escolhemos a cidade de Coimbra porque foi em Coimbra que muitos de nós estudamos e foi por cá que tanta gente passou, como eu, se encantou e por cá ficou. Destaco Vitorino Nemésio que sendo dos Açores por cá ficou, Miguel Torga ou, antes deles, António Nobre, autor do extraordinário “Carta de Manoel” do livro “Só” (1872) que me permito citar: “Que linda coisa a lendária Coimbra encerra! ... Quero mostrar-te Coimbra. Hás-de gostar. Partamos ...”
Escolhemos o Convento de São Francisco cuja origem remonta ao ano de 1602, de estilo maneirista, o que aliás caracterizava na altura a cidade de Coimbra. O convento situa-se no sopé da Colina de Santa Clara. A Ordem de São Francisco ocupou o edifício de 1609 até à extinção das ordens religiosas, no contexto da consolidação do liberalismo.
Após um longo período de abandono, o edifício foi adquirido pelo Município de Coimbra em 1995, sendo alvo, já na segunda década do século XXI, de um importante projeto de requalificação que deu origem ao Centro de Convenções e Espaço Cultural do Convento de São Francisco.
Será neste monumento renovado, mas cheio de história que decorrerá o nosso 46º Congresso, que também pretenderá refletir o que há de novo na Cirurgia Geral.
O Grande fórum Nacional da Sociedade, o Congresso Nacional, deverá continuar a ser o tempo de encontro científico, profissional e social entre os Cirurgiões.
O Professor Doutor António Bernardes aceitou ser o Presidente de Honra do nosso Congresso. Esta distinção merecida, por proposta da Direção da Sociedade, não é mais do que uma homenagem a uma brilhante carreira hospitalar e académica, não esquecendo a dedicação de muitos anos à Sociedade Portuguesa de Cirurgia onde desempenhou quase todas as funções na Direção e coordenou de forma exemplar o Capítulo de cirurgia Esofagogastroduodenal.
A oração do Presidente de Honra do Congresso iniciará a Sessão de Abertura do 46º Congresso.
O programa será estruturado de forma a acomodar a diversidade de interesse dos participantes e, pretendemos fazê-lo com os habituais convites a cirurgiões de referência por patologia específica, nos convites endereçados aos Sócios Honorários e com as Named Lectures.
A ideia de relembrar os Founding Fathers tem como desígnio trazer até nós todos os nossos antigos Presidentes, e que não é mais do que um imperativo de demonstração da nossa gratidão. Assim vamos ter três Named Lectures atribuídas ao Professor Giesteira de Almeida (1984-1986), ao Dr. José Manuel Mendes de Almeida (1986-1988) e ao Professor Luís José Raposo (1988-1990) que foram respetivamente o quarto, quinto e sexto Presidentes da Sociedade Portuguesa de Cirurgia
A participação ativa de todos os Cirurgiões representa o núcleo principal e estruturante do Congresso e cada Capítulo organizará a sua sessão temática versando aspetos ligados ao futuro não ignorando os problemas contemporâneos.
Em breve será divulgado o programa do nosso próximo congresso, mas desde já podemos antecipar que a cirurgia robótica, os avanços da cirurgia da cabeça e pescoço, a abordagem multidisciplinar da cavidade pélvica, o tratamento das hérnias da parede abdominal, a patologia vascular venosa e suas complicações estarão em destaque. Não esquecendo, naturalmente, os tumores primários do fígado, o cancro do reto, assim como temas de cirurgia do estômago e da mama passando pelas estratégias de abordagem da doença metastática. Teremos também sessões focadas na mastectomia endoscópica e robótica, com participação de especialistas nacionais e internacionais, bem como partilha de experiências sobre a adoção destas técnicas em Portugal. Outros temas a destacar incluem a cirurgia minimamente invasiva da parede abdominal, a abordagem das urgências traumáticas e a discussão sobre a formação cirúrgica, incluindo a harmonização europeia de competências e o papel crescente da inteligência artificial na prática cirúrgica.
A par destas novidades, haverá espaço para debates transversais sobre oncogeriatria, inovação tecnológica e os desafios éticos associados à evolução da cirurgia.

Neste congresso será dado particular destaque, mais uma vez, aos desafios atuais da formação continuada dos cirurgiões ou como será o futuro cirurgião geral. Contamos coma presença do Colégio da Especialidade de Cirurgia Geral da Ordem dos Médicos, para esta reflexão cheia de atualidade e desafios.
O jantar do congresso queremos que venha a decorrer na antiga Capela do Convento de São Francisco - espaço que remonta ao século XVII.
A realização deste Fórum só será possível com o contributo dos nossos Sponsors que desde já agradecemos.
A logística desta reunião será assegurada pela Diventos e pela nossa Secretária D. Maria Eugénia.
Esperamos que todos se revejam no 46º Congresso da Sociedade Portuguesa de Cirurgia, nesta bela cidade de Coimbra.
Cito de novo António Nobre “Dá-me o teu braço e vem daí comigo, vamos!” Coimbra tem muito para mostrar!

Contamos com a presença de todos!
José Guilherme Tralhão
Presidente da Sociedade Portuguesa de Cirurgia

Mensagem do Presidente de Honra

Foi naturalmente com júbilo e emoção que recebi e aceitei o convite, tão amável como inesperado, para Presidente de Honra do XLVI Congresso Nacional de Cirurgia. Curiosamente o primeiro destes eventos coincidiu com o ano da minha licenciatura na Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa, em 1980. Desde o início do internato de Cirurgia em 1985 nos Hospitais da Universidade de Coimbra, estive presente em quase todos os Congressos, pois sempre os considerei “de todos os internos e especialistas de Cirurgia Geral”.
Nestas reuniões partilham-se conhecimentos, aprende-se, revela-se muito trabalho, confrontam-se opiniões, sugerem-se melhorias e idealizam-se projetos. Fora do meio hospitalar estes encontros são ainda palco para: expressão de novas e velhas amizades, manifestações irreverentes salutares e intransigências esporádicas, tão características da natureza humana do cirurgião.
O Congresso Nacional é o ponto mais alto das múltiplas e imprescindíveis atividades de uma Sociedade sempre atenta e consciente das suas responsabilidades pedagógica, científica e humana. No entanto esta missão poderia revelar-se tão nobre quanto difícil de alcançar, dada a diversidade de objetivos e expetativas do universo amplo e rico de sócios, detentores de diferentes níveis de formação e estatuto profissional. A vida da Sociedade Portuguesa de Cirurgia, porém, tem crescido continuamente, sem revezes, em valor, importância e respeito. Os desafios que tem enfrentado são inúmeros, nomeadamente: o progresso científico que exige atualização obrigatória e imparável, as técnicas mini-invasivas em aperfeiçoamento constante, a subespecialização com profundas mudanças na gestão e também na formação dos médicos internos, as dificuldades económicas e sociais, etc.. Com tudo a Sociedade tem sabido conviver e ultrapassar com tenacidade e elevação.
A razão da existência e da persistência da Sociedade e do seu Congresso Nacional é por demais evidente: é uma entidade que congrega, estabelece pontes, permite a coesão e por isso é uma grande ajuda para manter viva uma especialidade médica basilar (fundamental) de primordial importância: a Cirurgia Geral.
Foi neste contexto que tive o grato privilégio de ajudar ativamente a Sociedade a alcançar os seus objetivos, participando durante 12 anos sucessivamente: na Direção (como vogal, secretário geral adjunto e depois vice-presidente), no Conselho Fiscal e na Mesa da Assembleia Geral (como vice-presidente). Trabalhei ainda com muito entusiasmo na coordenação de alguns Capítulos durante oito anos. Por outro lado, entendo oportuno dar testemunho da minha enorme gratidão pelo apoio científico incondicional que todas as Direções ofereceram aos Cursos teórico-práticos que organizei durante largos anos em Coimbra.
O primeiro Congresso Nacional que se realizou em Coimbra decorreu em 1990 sob a presidência do Professor Luís José Raposo, meu primeiro Diretor, Mestre e Amigo, a quem presto uma singela, mas sentida homenagem. Assumir a Presidência de honra do XLVI Congresso é por isso dupla distinção e responsabilidade acrescida.
Aguardo-vos em março de 2026, desejando a todos uma estadia excelente nesta cidade do Mondego repleta de encantos e tradições

Presidente de Honra
Professor Doutor António Bernardes

Presidente de Honra
Professor Doutor António Bernardes